quarta-feira, 27 de julho de 2011

Povo Cigano



s ciganos são um povo nômade amante da música, das cores alegres e da magia, que foi expulso por invasores árabes há quase 3 mil anos da região noroeste da Índia, onde hoje é o Paquistão. Depois de vagar pelas Terras do Oriente, os ciganos invadiram o Ocidente e espalharam-se por todo o mundo. Essa invasão foi uma das únicas na história da humanidade que foi feita sem guerras, dor ou derramamento de sangue. Trata-se de uma invasão cultural e espiritual e ao contrário do que muitos pensam, o Povo Cigano é que foi perseguido, julgado e expulso ao longo do seu pacífico caminhar.
O que não se sabe ainda é se esses eternos viajantes pertenciam a uma casta inferior dentro da hierarquia indiana (os parias) ou de uma casta aristocrática e militar, os orgulhosos (rajputs). Independente de qual fosse seu status, a partir do êxodo pelo Oriente, os ciganos se dedicaram com exclusividade a atividades itinerantes: como ferreiros, domadores, criadores e vendedores de cavalo, saltimbancos, comerciantes de miudeza e o melhor de suas qualidades que era a arte divinatória. Viajavam sempre em grandes carroças coloridas e criaram nomes poéticos para si mesmos.
São mais de 15 milhões de ciganos em diferentes pontos da Europa, Ásia, África, América, Austrália e Nova Zelândia. Quase sempre os ciganos eram bem recebidos nos países onde chegavam. Os chefes das tribos apresentavam-se de forma pomposa, como príncipes, duques e condes (títulos, aliás inexistentes entre os ciganos). Diziam-se peregrinos cristãos vindos do Egito e, assim obtinham licença das autoridades locais para se instalarem.
Na Moldávia e na Valáquia (atual Romênia), os ciganos foram escravizados durante trezentos anos; na Albânia e na Grécia pagavam impostos mais altos. Na Alemanha, crianças ciganas eram tiradas dos pais com a desculpa de que “iriam estudar”, enquanto a Polônia, a Dinamarca e a Áustria puniam com severidade quem os acolhesse. Nos países baixos inúmeros ciganos foram condenados à forca e seus filhos obrigados a assistir à execução dos pais para que assim aprendessem a “lição de moral”. Apenas no país de Gales eles tiveram espaço para manter parte das suas tradições e a língua. Na região de Andaluzia (Espanha), encontraram facilidades e estabeleceram-se. Mesmo assim, durante a inquisição católica, vários deles foram expulsos pelos tribunais do Santo Ofício.
Rotulados injustamente como ladrões, feiticeiros e vagabundos, os ciganos tornaram-se um espelho onde os homens das grandes cidades e de pequenos corações expiaram suas raivas, frustrações e sonhos de liberdade destruídos.
Pacientemente, este povo diferenciado, continuou sua marcha e até hoje seus estigmas não sararam. O homem moderno ainda não aprendeu a viver e deixar viver. Diferente continua sendo o sinônimo de inimigo. Mas a “alma cigana” perfuma o lugar por onde passa. O Povo Cigano é guardião da LIBERDADE.
A vida é uma grande estrada, a alma é uma pequena carroça e a Divindade é o Carroceiro.
Com valores muito diferente dos nossos, os ciganos estão longe de querer o poder e não fazem a mínima questão de ascender na escala social. Os “golpes” que aplicam nos “gadjé” (nome dado aos não ciganos) são mais um meio de provar sua superioridade do que um jeito de enriquecer fácil. É também em nome dessa superioridade (cujas raízes estão em lendas como a de que os ciganos seriam filhos da primeira mulher de Adão, Lilith, e, portanto, livres do pecado original) que eles não aceitam de modo algum ser empregados dos “gadjé” e apegam-se a antigas profissões artesanais que caracterizam suas tribos e são ensinadas desde cedo às crianças.
A família é a base da organização social dos ciganos, não havendo hierarquia rígida no interior dos grupos. O comando normalmente é exercido pelo homem mais capaz, uma vez que os ciganos respeitam acima de tudo a inteligência. Este homem é o Kaku e representa a tribo na Krisromani, uma espécie de tribunal cigano formado pelos membros mais respeitados de cada comunidade, com a função de punir quem transgride, a rígida ética cigana. A figura feminina tem sua importância e é comum haver lideranças femininas como as phury-day (matriarca) e as bibi (tias-conselheiras), lembrando que nenhum cigano deixa de consultar as avós, mães e tias para resolver problemas importantes por meio da leitura da sorte.
O misticismo e a religiosidade, fazem parte de todos os hábitos da vida cigana. A maior parte deles acredita em um único deus (Dou-la ou Bel) em eterna luta contra o demônio (Deng). Normalmente, assimilam as religiões do lugar onde se encontram, mas jamais deixam de lado o culto aos antepassados, o temor dos maus-olhados, a crença na reencarnação e na força do destino (baji), contra a qual não adianta lutar. Quase todos são devotos de “Santa Sara”, que é reverenciada nos dias 24 e 25 de maio, em procissões que lotam Lês Saints Maries de La Mer, em Camargue, no Sul da França.
A sexualidade é outro ponto importante entre os ciganos. E, ao contrário do que se imagina, eles têm uma moral bastante conservadora. Alguns mitos antigos falam da existência das mães-de-tribo, que tinham um marido e um “acariciador”. Outros falam das gavalies de la noille, as misteriosas noivas do fim de noite, com quem os kakus se encontravam uma única vez, passando desde então, a ter poderes especiais. Mas o certo mesmo é que os ciganos se casam cedo, quase sempre seguindo acordos firmados entre as duas famílias. Não recebem nenhum tipo de iniciação sexual e ter filhos é a principal função do sexo. Descobrir os seios em público é comum e natural, mas nenhuma mulher pode mostrar as pernas, pois da cintura para baixo todas são merimé (impuras). Vem daí a imposição das saias compridas e rodadas para as mulheres, que também são proibidas de cortar os cabelos, e nunca sentam à mesma mesa que os homens. Ironicamente, como praticantes da magia e das artes divinatórias, são elas que cada vez mais assumem o controle econômico da família, pois a leitura da sorte é a principal fonte de renda para a maioria das tribos. O resultado é uma situação contraditória, em que o homem manda, mas é a mulher quem sustenta o grupo.
A CULTURA
A cultura dos ciganos, representada por um conjunto de tradições e crenças, está em fase de constante mudança e, em alguns casos, está se desagregando de maneira irreversível perante a hegemonia da cultura da sociedade sedentária. Existem algumas mudanças que permitem prever um caminho em direção a uma tomada de consciência difundida entre Rom, Sintos e Gitanos. No plano social e político, no decorrer dos últimos anos, foi-se delineando um amadurecimento, que resultou no surgimento de formas associativas e de movimentos de âmbito internacional.
Na metade dos anos 60, aconteceu a fundação da União Internacional Romaní, seguida pelo surgimento de numerosas Organizações Ciganas, que apareceram no decorrer dos últimos 30 anos defendendo a causa da minoria cigana e tutelando sua cultura. Algumas delas contam com a participação conjunta de ciganos e gadjê, outras são geridas exclusivamente por membros das diversas comunidades ciganas.
Os ciganos viveram e vivem diante de uma realidade complexa e às vezes difícil de decifrar.
Em meio a situações de desagregação social e à perda de identidade, surgem sinais contrapostos de esperança e de renovação que testemunham uma rebelião contra um destino amargo.
A defesa do direito à diferença; uma diferença que, no caso dos ciganos, pode conter aspectos que para muitos são difíceis de entender e de compartilhar. É preciso ter consciência de que tais formas de “desvio social” não são peculiares à cultura romaní, mas frequentemente, são consequência da secular rejeição oposta a eles pelas sociedades circunstantes.
Os ciganos constituem talvez o último desafio a um modelo de vida voltada à especulação e ao cimento: o futuro deles depende da boa vontade dos povos vizinhos. Eles continuarão a existir na medida em que a sociedade dos gadjê (não ciganos) não ficar indiferente às suas ansiedades, a seus problemas e às suas aspirações.
A LEITURA DAS MÃOS
As linhas das mãos, tem grande importância, a saber:
Por toda energia que conduzem e alimentam
Por elas correm chaves que desvendam o futuro, o presente e o passado
São expressões mutáveis
Revela o comportamento e personalidade do indivíduo
São quatro as linhas principais: do destino, da vida, da cabeça e do coração
Quando uma linha é forte, bem marcada e com poucas divisões e sinais, significa que a energia que por ali corre e normal e repleta de vitalidade
Quando a linha é fraca e com outras demais difusas, significa que a energia é lenta e com vários obstáculos em questão.
LINHA DA VIDA
Passa informações sobre nossa saúde e também sobre o modo como lutamos pelo sucesso.
Normal: Quando seu traçado é bem definido e regular, caracteriza pessoa equilibrada e saudável.
Interrompida: Quando há falhas no seu traçado, indica problemas de saúde ou mudanças radicais na vida.
Em cadeia: Quando o traçado lembra os elos de uma corrente, indica grande inteligência e saúde frágil.
Ramificada: Quando a linha é cortada por traços ascendentes, voltados na direção dos dedos, promessa de riqueza e felicidade. Quando os tracinhos são descendentes, voltados para o pulso, possibilidade de desgostos e sacrifícios.
Dupla: Identifica pessoas com capacidade de se recuperar das doenças e de agir com segurança nas situações difíceis.
LINHA DA CABEÇA
Representa inteligência, criatividade e capacidade de concentração.
Longa: Quando se estende até o pulso, indica pessoa calma, inteligente e responsável.
Curta: Quando não chega até o pulso é porque a pessoa é dispersiva e um pouco limitada intelectualmente.
Em cadeia: Quando seu traçado lembra os elos de uma corrente, indica pessoa nervosa, que pode ter problemas de saúde derivados de pressão alta.
Ramificada: Se ela é cortada por traços ascendentes que se voltam na direção dos dedos, indica bons pensamentos e capacidade de tomar decisões acertadas. Se os traços são descendentes, voltados para o pulso, indicam possibilidade de remorso por decisões tomadas sem reflexão.
Chegando até o Monte da Lua: Define pessoas com tendência ao alcoolismo e outros vícios e a práticas esotéricas não recomendáveis, como a magia negra.
LINHA DO CORAÇÃO
Reflete as nossas tendências emocionais e afetivas.
Normal: Quando seu traçado é regular e bem definido, revela pessoa generosa, simpática, cordial e amorosa.
Grossa: Pessoa ciumenta e aventureira. Quanto mais destacado for o seu traçado, maior o indício de que ela se deixa levar mais pela emoção do que pela razão.
Fina: Identifica aquelas pessoas que, quando estão apaixonadas, se entregam totalmente, esquecendo até as regras morais.
Em cadeia: Quando seu traçado lembra os elos de uma corrente, é sinal de vida amorosa complicada.
Ramificada: Se essa linha é cortada por pequenos traços ascendentes, que sobem em direção aos dedos, é sinal de pessoa de temperamento alegre e sempre disposta a ajudar os outros. Os tracinhos descendentes, que seguem em direção ao pulso, são sinais de inimizades e obstáculos à realização amorosa.
LINHA DO DESTINO
Refere-se à vida profissional as alegrias e dificuldades que poderemos encontrar no trabalho e nossas chances de sucesso social.
Linha dos filhos: Indica a capacidade que a pessoa tem de gerar filhos. Se for apenas uma linha, é porque, provavelmente, ela sé terá um filho. Se forem duas, é porque ela poderá ter dois filhos. Se forem três, três filhos, e assim por diante.
Linha da intuição: Indica grande capacidade de perceber e seguir o que dita a intuição.
Linha das viagens: Se o seu traçado for curto, é porque, possivelmente, a pessoa só fará uma viagem importante. Se for longa, indica a possibilidade de viagens constantes.
Linha lasciva: Sinal de pessoa leal e sincera, desejosa de ajudar os mais necessitados.
Normal: Quando ela tem traçado bem definido, promete uma vida profissional sem grandes problemas ou turbulências.
Interrompida: Quando seu traçado não é contínuo, indica possibilidade de mudanças súbitas de profissão ou de situação financeira.
Ramificada: Quando ela é cortada por traços ascendentes, que apontam na direção dos dedos, anuncia sucesso profissional. Quando esses traços são descendentes, apontando para o pulso, anunciam problemas no trabalho.
Começando junto à Linha da Vida ou dentro do Monte de Vênus: – Mostra interferência da família ou dos filhos nos rumos da vida profissional.
Começando no Monte da Lua: Indica possibilidade de sucesso em atividades religiosas, políticas e artísticas e ainda chances de grande projeção social.
LINHA SOLAR
Pode não aparecer em todas as mãos, porque indica características muito especiais, relacionadas ao talento e qualidades artísticas.
Reta e bem definida: Indica que a pessoa terá sucesso no ramo artístico.
Curta: Para que a pessoa tenha sucesso na área artística, terá de lutar muito. Possivelmente não receberá ajuda de ninguém e tudo o que conseguir virá pelo esforço próprio.
Ramificada: Quando ela é cortada por traços ascendentes, que apontam na direção dos dedos, é sinal de grande sucesso artístico. Quando os traços são descendentes, apontando para o pulso, indicam sucesso apenas regular.
Começando no Monte de Vênus: Indica que a pessoa já nasceu com talento para as artes ou que pode ser ajudada pela família nessa área.
Começando acima da Linha da Cabeça: Indica que o sucesso nas atividades artísticas vai demorar para chegar.
LINHA MERCURIANA
Também chamada de Linha da Intuição ou linha da inteligência, refere-se à inteligência, aos dons intuitivos ou à mediunidade. Pode também dar indicações sobre nossa saúde e vida social.
Longa: Prenúncio de vida saudável e dons para o comércio e para as atividades científicas.
Curta: É um alerta para a necessidade de cuidar bem da saúde, porque o organismo apresenta alguns pontos fracos.
Em cadeia: Quando seu traçado lembra os elos de uma corrente, sugere que a pessoa está sujeita a passar por problemas afetivos e deve, por isso, evitar situações de confronto e conflito.
Seguindo até o Monte da Lua: Quem tem essa linha na palma da mão possui muita imaginação e talento para a poesia. Usa sua inspiração para se orientar nos negócios e quase nunca erra, o que lhe garante uma boa situação financeira.
Seguindo até entre as Linhas do Coração e da Cabeça: Significa que a pessoa tem boa saúde, mas terá de superar muitos obstáculos na vida e trabalhar bastante se quiser progredir.
SANTA SARAH
Protetora do Povo Cigano
O mistério envolve o povo cigano como o ar que ele respira. Da Lua Cheia, retira a magia; da dança e da música, toda a alegria; da natureza, a força e a energia. E para Santa Sarah, ele volta sua fé, seus pedidos e seus agradecimentos.
Saiba tudo sobre essa santa, as muitas lendas em torno da sua vida, do seu poder e uma oração para invocá-la, antes de ler as cartas e também nos momentos difíceis.
O inicio de sua Adoração
Para desvendar um pouco do mistério que acompanha Santa Sarah e descobrir porque ela é tão venerada pelos ciganos, é preciso voltar ao tempo, na Idade Média, particularmente na Europa.
A religiosidade faz parte da vida dos ciganos, desde o nascimento até a morte, e para poderem cultuar seus santos sem serem vítimas dos preconceitos dos não-ciganos é que eles costumavam se converter à religião dominante do local em que se estabeleciam. Então, os grupos que foram para a Europa se declararam católicos e se ligaram a Santa Sarah que tinha origens misteriosas e a pele morena, como eles.
História Ou Lenda ?
Dessa aura de mistério que pairava na imagem de sarah surgiram várias versões para o seu aparecimento. Ela é considerada uma santa católica, mas não passou pelos processos de canonização desta igreja. Também se liga a uma forte tradição européia medieval, o culto às virgens negras. Muitas santidades femininas, representadas por estátuas negras, foram adoradas durante toda a Idade Média. E muitos católicos transformavam as igrejas em santuários de peregrinação.
Uma das lendas diz que sara era uma escrava egípcia de uma das três Marias, Madalena, Jacobé ou Salomé; e junto com José de Arimatéia, Trófimo e Lázaro foi colocada, pelos judeus, em uma barca sem remos e alimentos. Talvez por um milagre, ou por obra do destino, eles chegaram a salvo a uma praia próxima a Saintes Maries de La Mer, em Camargue , região do sul da França.
Outra versão conta que Sarah era moradora de Camargue e teve piedade das Marias, resolvendo ajudá-las. Também dizem que ela era uma rainha das terras de Camargue ou uma sacerdotisa do antigo culto celta ao deus Mitra.
Uma das explicações para estas lendas é que em Camargue existiram várias colônias de antigas civilizações, como a egípcia , a cretense, a fenícia e a grega. Por isso, muitos poetas e menestréis contaram a lenda de Sarah, de acordo com o que ouviram de seu povo, e assim, o mito em torno dessa poderosa santa foi difundido pelo mundo e ela continua, até hoje, a ser adorada entre as comunidades ciganas.
ORAÇÃO À SANTA SARAH:
” Estrela azul de D’arma, pelos sagrados símbolos do triângulo e da cruz, eu ( diga seu nome ), nascido(a) no dia ( data de seu nascimento ), regido(a) e protegido(a) por ( planeta regente e anjo da guarda ), peço ao Povo Cigano, ( mentalizar a energia que o(a) acompanha, apenas o cigano ou cigana ), que traga para mim ( pedidos em número impar ), em nome de Santa Sarah e do Mestre dos mestres, Jesus o Cristo.
Que assim seja para todo o sempre.”
Amem.
SUNTÔ MARIÔNÊ ( Ave Maria Cigana ):
“Suntô Mariônê, pérdô san andô svêtô ô Del tu sai.
Uusi san angla sá e juvliá uusôi ô fruktô kai arakádilas tutar Jesus.
Suntô Mariônê Del leski dei rudissar paala amarrê becerra akaanak ai kana méérassa.
Amém”
ROMANÊS O IDIOMA DO POVO CIGANO:
O Romanês, um idioma muito diferente do português e exclusivo deste povo, é um vocabulário que se originou pela mistura de muitos outros, resultado de suas andanças pelo mundo. É impossível vinculá-lo a um único idioma ou etnia. 

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